quarta-feira, 2 de julho de 2008

O Guilherme há-de andar

“Se as coisas são inatingíveis... ora!

não é motivo para não querê-las.

Que tristes os caminhos, se não fora

a mágica presença das estrelas!”

Mário Quintana

São as estrelas que nos guiam e nos fazem sonhar cada vez mais alto. Primeiro sonhámos que o Guilherme iria a Cuba para uma semana de diagnóstico. Com a ajuda de muitas pessoas, incluindo os pais, as crianças e todos os colaboradores da Associação Ester Janz, conseguimos os 5.000 euros. Depois, sonhámos que o Guilherme ficaria para mais um conjunto de tratamentos com a duração de 28 dias, que custava quase 7.000 euros. Com a ajuda da Orquestra Metropolitana de Lisboa, do actor Ricardo Carriço, das pessoas que organizaram o concerto no Instituto Piaget e de muitas pessoas que foram contribuindo, esse sonho tornou-se realidade.

Desde 1 de Junho que o Guilherme, que tem 6 anos e frequenta o Jardim-de-infância de Alvalade, em Lisboa, está em Cuba, no CIREN (Centro Internacional de Restauración Neurológica), com a mãe, a Carmo. Fez a semana de diagnóstico, está a terminar a segunda semana de tratamento e temos novo sonho: conseguir juntar dinheiro suficiente para o Guilherme ficar em Cuba para mais um segundo bloco de tratamentos.

Na fase de diagnóstico não foram detectadas quaisquer lesões cerebrais, mas antes um espaço ligeiramente superior ao normal entre as células nervosas do cérebro, o que dificulta a transmissão sináptica e poderá ter sido responsável pela migração de células. Como apenas utilizamos 10% das células do cérebro, é possível redireccionar e reeducar os neurónios para fazerem novos caminhos para aprender e melhorar as capacidades motoras, com base na plasticidade das células nervosas cerebrais. Ou seja, o Guilherme pode vir a andar!

O tratamento que tem estado a fazer inclui fisioterapia, acupunctura a laser, oxigenação hiperbárica para criar um estímulo cerebral e aplicação de toxina botânica tipo A para redução dos movimentos involuntários.

Sei que já pedimos muito, que conseguimos muito também. Mas o sorriso do Guilherme, a vontade que tem demonstrado ao longo destas semanas de tratamento intensivo de 8 horas diárias faz com que eu não seja capaz de baixar os braços. Quando o Guilherme se despediu de mim, sentado na sua cadeira de rodas, disse-me que ia a Cuba aprender a andar. Está afincadamente a aprender e eu sei que vai conseguir. O Guilherme vai andar. É apenas uma questão de tempo, persistência, e muito trabalho. E também de dinheiro para pagar o tratamento.

A presente fase de tratamento irá terminar no próximo dia 11 de Julho, data em que regressarão a Portugal, caso não se consiga obter 8.620 CUC (Pesos Cubanos Convertibles) (6.500 a 7.200€, conforme o câmbio), necessários para a conclusão de mais um bloco de 28 dias de tratamento. Este prolongamento do processo terapêutico é fundamental pelo facto de o Guilherme se encontrar muito motivado e por, em termos escolares, não existirem prejuízos (já que no próximo ano lectivo iniciará o 1º ano de escolaridade) e, por último, a não interrupção do tratamento possibilitará a rentabilização de recursos, uma vez que o valor das viagens é dispendioso.

Desta vez, consciente dos riscos, decidi utilizar não só os endereços pessoais, como também os endereços profissionais. A Rita (outra amiga do Guilherme e da Carmo) e eu estamos a tentar ir a um programa de televisão ou a uma estação de rádio para apelarmos à boa vontade de mais pessoas, a Rita pediu já ajuda a uma instituição bancária, e também tentámos, sem sucesso, alguma imprensa escrita (infelizmente muitas são as crianças que precisam de ajuda).

Peço a todos que divulguem este apelo e, se possível, que ajudem:

Para depósitos:

Nº Conta 092/200008964

Titular: Noélia do Carmo Sezões Gafanha (mãe do Guilherme)


Para transferências:

NIB: 0019 0092 00200008964 09

IBAN PT50 00 19 0092 0020 0008 9640 9

BIC BBVAPTPL


Contactos da Carmo e do Guilherme Gafanha:

Clínica CIREN: 00 5372715097/ 00 5372715044/ 00 5372736778

Extensão quarto: 108

“Muitas das coisas que precisamos podem esperar.

A criança não pode.

É exactamente agora que seus ossos estão se formando, seu sangue é produzido, e seus sentidos estão se desenvolvendo.

Para ela não podemos responder «Amanhã».

Seu nome é «Hoje»!

Gabriela Mistral


Uma vez mais, MUITO OBRIGADA a todos!

Maria Eugénia Leitão